Ao Longo Deste Meu Curto Caminho no Crossfit Não Tenho Dúvidas De Que o Melhor são as Pessoas
Antes de mais quero agradecer o convite que o Orlando me fez. O Planeta Crossfit é já uma referência nacional para todos os amantes da modalidade.
O meu nome é Ana Silva, nasci em 1983 e sou Assistente de Bordo.
Desde miúda que o desporto faz parte da minha vida. Joguei futebol de 5 na preparatória, e durante todo o liceu e nos primeiros dois anos de faculdade fui federada em Basquetebol na ESA.
Quando o Basket se tornou impossível, por causa do trabalho, inscrevi-me em ginásios.
O primeiro contacto que tive com o Crossfit foi no ano de 2012. Um colega de trabalho falou-me de um sitio onde se levantava barris, virava pneus…um tipo de treino quase militar de que talvez eu gostasse.
Fui à RM como me recomendou e durante algum tempo fui lá uma vez por semana e adorava sair de lá toda marcada e partida. Mas no ano seguinte decidi que queria competir em culturismo e o crossfit teve de ficar de lado por tempo indeterminado.
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Em 2015 soube que ia abrir a primeira box de Crossfit na cidade onde vivo e ainda sem ter portas abertas, inscrevi-me porque me lembrava do que tinha gostado da modalidade. Em Fevereiro de 2016 inaugurou e lá fui eu. Até Abril de 2017 foi o meu segundo desporto, mas ia religiosamente a duas aulas por semana enquanto me preparava para o que viriam a ser as minhas duas últimas provas de culturismo.
Daí para a frente foi só Crossfit. Comecei em equipa durante esse ano e parte de 2018. Depois “lancei-me” a solo na BOC. E que experiência!!!
Entre provas em equipa, duplas e individuais não consigo decidir o que me realiza mais, mas sei que quanto mais treino mais dificuldades encontro, mais exigente sou e mais acho impossível ser realmente bom em tudo aquilo que o Crossfit abarca.Com o avançar da idade e com o aumento da exigência dos treinos, comecei a dar importância a outros aspectos do desporto. E apesar de já ser acompanhada há algum tempo na área da reabilitação pela Artfisic, passou a ser das minhas prioridades e não podia estar mais satisfeita, nem sentir-me melhor acompanhada.
Sinto que ainda tenho muito para evoluir e tenho muitos dias menos bons, em que me apetece “atirar a toalha ao chão “, porque está pesado, porque estou cansada e por tudo e por nada. Mas quem anda nisto sabe que é viciante e que mesmo quando tudo parece correr mal, o pior treino é aquele que não aconteceu.
Ao longo deste meu curto caminho no Crossfit não tenho dúvidas de que o melhor são as pessoas, as amizades que se fazem, os momentos que se passam, as conversas e partilha de experiências.
Este ano ainda conto fazer algumas provas nacionais e internacionais e tenho treinado para isso. Neste momento sou acompanhada pelo RC Training, que é uma programação personalizada e estou muito satisfeita com os resultados e com o acompanhamento.
O Crossfit não me trouxe mais foco, nem uma maneira de estar diferente na vida, porque sempre fiz competição e já há muitos anos que tinha cuidado com a alimentação, etc. Mas trouxe-me um sentimento de insatisfação constante pela busca daquela rep perfeita, daquela carga aparentemente impossível, ou do ultrapassar daquele obstáculo que dá medo porque aqui a “je” tem medo de alturas, por exemplo. No fundo, é isso que me mantém aqui, porque há sempre muito para melhorar e não há receitas milagrosas para fazer 10 metros de Hand Stand Walk unbroken, ou um Snatch pesado tecnicamente bem feito, sem ser o trabalho e a dedicação que metes nos treinos.
Conciliar vida familiar, profissional, social e ser pseudo-atleta não é fácil, assim sendo, aproveito a oportunidade para agradecer ao meu mais que tudo, que é o meu braço direito e que me facilita tanto a vida. Que me inscreve nas provas e trata de toda a logística, que me apoia e incentiva, que me dá força e que me chama à atenção, que abdica de muita coisa para poder estar ao meu lado em todas as provas, em muitos treinos e qualificações. Sem dúvida que sem ele – Valter Santos – o meu percurso estaria a ser totalmente diferente.
Por aqui vamos em frente, porque nesta modalidade não há vencedores nem vencidos. Há atletas amadores que despendem de grande parte do seu tempo livre para se dedicarem à sua evolução.
E há lá sentimento melhor do que atingir algo que já se quer há tanto tempo, mesmo com horários complicados, jet lag, noites sem dormir, treinos fora de “casa”, responsabilidades, família, etc? Pode demorar-se mais a chegar lá e ninguém tem de saber das nossas lutas diárias, mas o sentimento de realização ultrapassa tudo isso.
Bons treinos a todos