De uma Paixão ao German Throwdown
Foi-me lançado o desafio de escrever um pouco sobre mim, apesar de não saber por onde começar, vou tentar fazer um resumo.
Sou natural da freguesia de Sernancelhe, onde fiz uma parte do meu percurso escolar. Apesar de ser “gordinha”, pois, com aquela idade, tinha mais 20kg que o meu peso atual. Posso dizer que talvez tenha sido nesta altura em que comecei a praticar desporto, inicialmente obrigada pelo meu padrinho e também meu professor de Educação Física e desporto escolar. Pratiquei de tudo um pouco, natação, basquetebol, ginástica, futebol, entre outros.

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Apesar da paixão pelo desporto, decidi continuar os meus estudos na área de Engenharia civil, deixando de praticar qualquer tipo de atividade física durante todo o secundário e faculdade. No último ano do mestrado, decidi inscrever-me num ginásio. Foi uma experiência “gira”, mas os 2 dias semanais eram suficientes. Comecei a fazer musculação, e juntamente com uma colega de treino, que me aliciava a treinar mais vezes por semana, tentava criar o nosso próprio plano de treino.
Em Fevereiro de 2014 um colega de trabalho falou-me do Crossfit e levou-me a experimentar. Apesar de toda “partida”, fiquei fascinada, lembro-me de ter passado o dia seguinte quase sem me mexer. Voltei alguns sábados e nos finais de Julho inscrevi-me na box. Cada dia era um desafio, e após dois meses decidi experimentar uma competição. Quase sem saber o nome dos movimentos, a vontade de superação era maior, e fiz a minha primeira competição como scaled, conseguindo meu primeiro pódio, com um terceiro lugar. A motivação cresceu e a cada treino que fazia, eu queria ser mais forte, continuei a treinar e a fazer competições, algumas maiores que outras, com melhor ou pior performance. Consegui mais alguns pódios, um terceiro lugar numa competição menor de crosstraining em Penafiel, um segundo lugar em equipa na primeira edição dos Community Summer Games mas mais importante fiz bons amigos. Amigos que sempre estiveram ao meu lado a cada passo que dava, não apenas no treino, como também fora. Conheci ainda o meu namorado, sem o qual não estaria onde estou, o apoio dele é fundamental, abdicando de muito tempo comigo, em prol do treino.

Em Maio de 2015, após os Promofit Games, quase desisti do Crossfit. A motivação diminuiu, o meu emprego exigia-me muito tempo e energia, pelo que optei por ir fazendo algumas aulas de grupo. Até que me inscrevi no Barra Norte e neste último ano as conquistas são mais que muitas, a superação a cada dia é fantástica. Comecei a ser seguida pela minha nutricionista Julien Sartori e rapidamente consegui alcançar os objetivos alimentares, performance e bem estar. Com o plano de treino do Marcelo Sartori, com a apoio do Miguel Caratão, da Diana Santos e do Luís Cerdeira, tenho evoluído muito, não só como atleta, mas também como pessoa.
Inicialmente, tive o privilégio de integrar uma equipa, com pessoas fantásticas. Juntos conseguimos um sétimo lugar nos Promofit Games XII e um terceiro lugar na segunda edição do Battle of Coimbra. Cresci muito como atleta competindo com eles, foi sem dúvida uma experiência muito gratificante.
Em Setembro deste ano regressei ás competições individuais. Durante esse mês, fiz o apuramento para o German Throwdown, para o Amesterdam Throwdown, para os Ultimate Powerfitness Games II, e ainda para os Promofit games XII, nesta última em dupla. Nos UPG consegui alcançar um pódio, um terceiro lugar, o que para mim foi bastante incentivador para prosseguir. Posteriormente, participei nos Promofit Games, que me ajudou a evoluir e a superar uma vez mais, e passado uma semana, a grande experiência de poder fazer a minha primeira competição internacional: GERMAN THRODOWN. A experiência foi simplesmente arrebatadora, sair da minha zona de conforto e debater-me com pessoas que não conheço, e com um potencial incrível.
O nível de exigência era enorme, as cargas impostas, eram muito superiores às que se praticam em competições nacionais, o espaço transmitia um ambiente “underground”, sem luxos, mas com todo o espírito que me apaixonou por esta modalidade. A zona de aquecimento era enorme, a organização tinha uma logística diferente, mas super interessante. A competição começou pelo wod que julguei ser o mais agressivo, mas a superação ao avançar cada etapa tinha um “sabor” incrível.
Atualmente trabalho como Engenheira Civil, numa empresa de Penafiel, das 8:00 às 18:00, mas não deixo de, todos os dias, ir treinar à Barra Norte, pois mais que uma box é a “minha” família.
O nível de exigência é enorme, mas a vontade de me tornar mais forte ajuda-me a lutar a cada treino. Sei que ainda tenho um bom percurso pela frente pois as limitações são algumas. Contudo, continuo dedicada e focada naquilo que desejo alcançar. Aprendi que a mente pode ser o nosso maior inimigo ou o nosso maior aliado. Acreditar que somos capazes, é fundamental para alcançar o que pretendemos.
Por: Telma Ramos