Entrevista A Gustavo Almeida Vencedor Da Edição Do Ano Passado Do No Limits Challenge
Recentemente estive à conversa com o Gustavo Almeida, vencedor da edição do ano passado do No Limits Challenge, onde falamos um pouco sobe o crossfit nacional. Não percam a entrevista já de seguida!
P.C – Antes de mais obrigado pela tua disponibilidade para termos esta pequena conversa. Para os leitores te ficarem a conhecer um pouco melhor, podes me falar um pouco sobre ti, sobre a tua formação, se praticaste algum desporto antes do CrossFit, etc.
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G.A – O meu nome é Gustavo Almeida, tenho 30 anos e sou Personal Trainer. Sou natural de Esposende, mas vivo e trabalho em Braga. Profissionalmente sou fundador do MOOV, um estúdio de treino e electroestimulação em Braga, ao qual me dedico à sua gestão. Passei por várias modalidades nomeadamente BTT, natação e karaté, e atualmente pratico CrossFit.
P.C – Como é que o CrossFit entrou na tua vida?
G.A – Treinar já faz parte da minha rotina, não consigo passar um dia sem o meu treino, é como um “refúgio” para mim. Por curiosidade decidi experimentar e adorei de imediato!
P.C – O que é que te apaixona tanto na metodologia?
Quando conheci o CrossFit, fiquei logo encantado com o método utilizado. O facto de juntar a força, a ginástica e parte metabólica levou-me a querer treinar cada vez mais, e com isto já lá vão 5 anos nesta modalidade.
P.C – Faço esta pergunta a todos os meus entrevistados, o CrossFit é mesmo para toda a gente como a metodologia diz?
G.A – Todos podem fazer CrossFit ou qualquer outra modalidade desde que gostem e se sintam bem, mas se tiver uma boa comunidade tudo ajuda.
P.C – Nas minha entrevistas tento desmistificar uma ideia, que acho que ainda hoje em dia muita gente tem erradamente, o CrossFit é perigoso como muita gente pensa?
G.A – Quem faz desporto para competir é normal que as pessoas vão ao limite quando comparado com uma pessoa que faz por lazer. Todos os desportos têm os seus prós e contras, mas quem pratica em prol da saúde e do bem-estar é igual a qualquer outro desporto.
P.C – A marca CrossFit tem sofrido grandes mudanças nos últimos anos, como é do conhecimento geral. Os CrossFit Games são a prova disso, com os novos movimentos que foram introduzidos, entre outras coisas. Como é que vez estas mudanças?
G.A – Ao longo dos anos já não basta testar quem é o homem mais forte e com mais capacidade metabólica. Os atletas evoluem e com eles a modalidade vê-se obrigada a evoluir também.
Os atletas estão cada vez mais fortes e rápidos, e temos visto nos últimos anos uma tendência de testar novas skills nos CrossFit Games. O homem mais fit do mundo já não é o mais forte e com mais capacidade metabólica, mas sim aquele que é capaz de se adaptar e realizar novas skills no momento. Como tivemos o exemplo nos CrossFit Games 2022 com a implementação de um novo elemento como o DU Crossover.
P.C -Vamos falar agora um pouco da nossa realidade, costumas marcar presença em várias competições, se não estou em erro venceste a edição do Madeira Cross Games do ano passado. Como é que foi para ti vencer esta competição?
G.A – Gosto bastante de competir e de me desafiar acima de tudo. Venci os Madeira Cross Games no ano passado e claro que foi espetacular ter ganho esta prova, rodeada de bons atletas nacionais e não só. Achei uma prova muito bem organizada e bastante diferenciada de todas as outras que tenho participado.
P.C – O que é que achaste do No Limits Challenge, que também venceste em dupla, comparativamente com outras competições em que já estiveste?
G.A – Quanto ao No Limite Challenge, achei também uma prova muito bem organizada e tinha boas condições para os atletas. E com vitória soube ainda melhor, ao qual partilhei a arena com o meu amigo e colega de treino José Silva. Foi sem dúvida uma prova que ficará para a memória!
P.C – O que é que achas que falta, para o elevarmos ainda mais o nível das nossas competições?
G.A – Na minha opinião, as condições para os atletas são um ponto muito importante. Devem existir balneários. A zona de aquecimento deve ter melhores condições e com chamada prévia para o aquecimento (de acordo com os heats). As estruturas (racks) devem ser mais fixas, pois em muitas competições já vi estruturas a abanar e quando temos vários atletas a fazer ao mesmo tempo movimentos de ginástica torna-se perigoso para o atleta. Acho também que os juízes devem ter critérios bem definidos pois já todos vimos standards diferentes de pista para pista na mesma prova.
P,C – O CrossFit no nosso país tem tido uma boa evolução, já tivemos atletas nos Games, já vamos tendo atletas a competir fora de Portugal com alguma regularidade, e com bons resultados. Na tua opinião, o que é que nos falta para algum dia termos dos melhores atletas do mundo de CrossFit.
G.A – Para atingir o nível dos Games temos de ter atletas que vivam só para treinar, onde o foco seja unicamente ser o melhor de Portugal para que tenham chances de poder disputar a tão aguardada prova. Contudo, acho que em Portugal é bastante complicado viver exclusivamente para treinar, mas gostaria muito que isto evoluísse e seria ótimo ver atletas portugueses nos Games.
P.C – Para terminar, queres deixar algum conselho ou consideração, lema de vida, o que preferires aos leitores.
Não queiras aprender tudo de uma só vez, dá tempo ao tempo pois irás melhorar dia após dia. O mais importante é acreditar no processo. A rotina é um fator essencial para seres consistente no treino e não cederes. Confia em ti e faz por ti. Luta pelo que queres e todos os dias dá a melhor versão de ti!
P.C – Muito obrigado pelo tempo que dispensaste para esta pequena conversa, e também para conversar um pouco sobre o a metodologia que tanto gostamos!