CrossFit: O “Vício” Saudável que mudou a minha Vida

Olá! O meu nome é Tatiana… tenho 41 anos (ainda), sou bióloga de formação, mãe de um adolescente de 15 anos e uma CrossFit Addict há quase 5 anos. É agora que todos vocês, em uníssono, exclamam: “Olá, Tatiana!!!”, como se fosse a minha primeira vez numa reunião de AA’s.

Sou apaixonada por CrossFit, em todas as suas vertentes. Não mais que ninguém. Apenas de uma forma diferente… a minha forma.

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Mas deixem-me, antes de mais, enquadrar-vos no percurso que me fez chegar até aqui e que me dá alguma legitimidade para já poder “opinar” sobre este assunto da moda que é a prática de CrossFit.

Desde os 22 anos que sou uma fiel praticante e defensora de atividade física, em todos os formatos possíveis, sejam modalidades outdoor (BTT, Trail, Bootcamps…), de contacto (Karaté, Boxe…) ou as famosas BTS’s aka “aulas de grupo” em Health-Clubs… já fiz de tudo um pouco (menos Zumba… no offense)!

O meu primeiro contacto com a prática de actividade física remonta a 1999, quando me desafiaram a experimentar uma aula de Body Combat. Não foi muito agradável, numa primeira impressão, mas com o tempo entranhou-se o gosto pela modalidade e pelos visíveis benefícios físicos.

Foi assim, entre o Body Combat e a musculação, que me mantive fisicamente ativa até ao início de 2003, altura em que engravidei do meu filho e, estupidamente, deixei de treinar. Em 41 semanas de gravidez consegui a proeza de engordar 26Kg… quilos esses que conservei “religiosamente” nos três anos que se seguiram ao nascimento do meu filho.

Em 2006, já cansada de mim, da minha imagem, da minha baixa autoestima, da inexistente relação com o espelho e das roupas tamanho 46, nas quais os meus 74kg mal cabiam, tomei coragem para tomar, de novo, as rédeas da minha vida e voltar aos meus hábitos de treino.

Com o acompanhamento profissional de uma nutricionista e com algum espírito criativo e de sacrifício, que me arrastava por longos tracks de BTT, consegui perder 27Kg em 12 meses, de forma sustentada e saudável.

Não fosse ter entrado na “espiral da paranóia” e tudo teria corrido bem. Infelizmente não correu! A perda de peso continuou de forma descontrolada, arrastando-me para um quadro clínico de anorexia e, posteriormente, bulimia. Por indicação médica, e na tentativa de ganhar alguma massa muscular que me permitisse sustentar aquilo que era apenas pele e osso, em 2008 inscrevi-me no recém-inaugurado Holmes Place Coimbra, onde tive a honra de treinar com muitos instrutores que são, hoje em dia, grandes atletas e coaches nacionais de CrossFit (mal eles sabiam).

Nos seis anos que se seguiram, grande parte dos meus dias eram, literalmente, passados dentro do ginásio, experimentando todas as modalidades “da moda” (menos Zumba… ahahah), numa luta desenfreada contra as oscilações constantes de peso e contra o medo de voltar às roupas tamanho 46. Todas as novas modalidades lançadas me soavam a uma promessa de sucesso, mas, a curto prazo, o efeito em mim era o mesmo… desmotivação… acabando por ser a restrição alimentar excessiva a minha escolha como arma preferencial de combate ao peso.

Em 2014, e já a viver no Porto, começo a ouvir falar de CrossFit (não fosse o Porto a “capital” do CrossFit em Portugal… digo eu), da sua metodologia e das vantagens da sua prática. Confesso que, numa fase inicial, fiquei relutante e criei até alguma resistência em aceitar essa modalidade que eu via como demasiado “violenta” e, ao mesmo tempo, boa demais para ser verdade. Ainda me lembro das “discussões acesas” com o meu amigo Luís Sá Bastardo, nas quais ele tecia elaborados e exaustivos argumentos, numa tentativa de me convencer a experimentar o CrossFit… Obrigada, Sá!

E pronto, assim foi! Num sábado de manhã, mais precisamente às 11h do dia 11 de Outubro de 2014, cedi à pressão e experimentei uma aula de CrossFit, pelas mãos do coach Tiago Santos (Mean Machine CrossFit). Lembro-me, como se fosse hoje, ter pensado, no meio daquele WOD maléfico com Snatch: “Mas que raio estou eu aqui a fazer? Isto não é para mim… tenho 37 anos… isto é bom é para a malta nova”! Mas o “vício” já se tinha apoderado de mim, sem eu sequer dar conta e de forma irreversível.

A evolução quase diária, a surpreendente superação, o rush de adrenalina, o espírito de comunidade e entreajuda (com um toquezinho competitivo), o desafio pessoal constante, o delinear de novas metas e estratégias, a sensação de conquista, o companheirismo e as pessoas fantásticas que entraram na minha vida, são drogas potentes, gente! Isto para não falar em todas as correntes ideológicas que acompanham esta metodologia de treino e este way of life, que considero ser o CrossFit.

Desde esse dia TUDO mudou para mim: tornei-me owner do The Factory Gymbox (2015), com a ajuda de uma equipa fantástica de instrutores e coaches; tornei-me judge na “Portuguese Judge League” (2017), pelas mãos do meu querido Rui Paulino; tornei-me CFL-1 coach (2018) e passei a dar aulas na minha própria box; tornei-me atleta master (2017), pelas mãos do coach e amigo Hélder Santos e do seu Programa de Competidores “Unbreakable RX”, tendo estado presente (com algum sucesso) em competições como os Promofit Games, os Ultimate Power Fitness Games, os Face2Face, a Battle of Coimbra e em algumas competições de cariz amigável e até solidário (faltaram-me os Community Summer Games, mas ainda tenho esperança que voltem a ser organizados); mas, acima de tudo, tornei-me numa pessoa melhor, por dentro e por fora, de forma literal.

Melhor por dentro, graças ao enriquecimento e desenvolvimento pessoais que me proporcionaram, e continuarão a proporcionar, todos os companheiros com quem partilho este “vício”, e graças à saúde física e mental que a prática desta modalidade/metodologia me permite. Melhor por fora, porque consegui finalmente encontrar uma actividade física que me possibilita controlar o meu peso há 5 anos (sem oscilações nem receios) e, simultaneamente, contrariar os efeitos da gravidade… ahahah.

Atualmente treino no Nortada Crossfit, sob a orientação e visão sempre atenta do “coach do inferno” (no bom sentido) Diogo Serra e tenho o “péssimo” hábito de visitar outras boxes com regularidade, como forma de me manter up-to-dated no que se refere à visão que o “sangue-novo” de atletas e coaches vai trazendo à modalidade.

Ao contrário do que os menos informados ainda vão pensando, ao fim de 5 anos de CrossFit, mantenho-me sem lesões que me impeçam de continuar a treinar seis dias por semana… e só peço ao “universo” (ou a outra coisa qualquer em que vocês acreditem) que me permita continuar a praticar CrossFit até ao fim dos meus dias.

Como o texto já vai longo e vocês têm que ir treinar, resta-me despedir, mas não sem antes agradecer, profundamente, ao meu amigo Orlando Silva e ao Planeta CrossFit, a oportunidade de escrever esta espécie de testemunho em testamento lol! Obrigada e…

Keep on going, junkies! J

By Tatiana Rasteiro Coelho

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